domingo, 21 de outubro de 2012

Revendo conceitos... Dificuldade X Distúrbio

     Ferreiro (2011) acredita que a escola "se perdeu", não soube lidar com as diferenças desde que se tornou uma "escola para todos" e observa que a falta de apoio e compreensão ao professor é a causa desta perda.
    Bona (2003, p.16) acredita que "toda prática educativa é expressão de determinada concepção ou teoria do conhecimento (...) é necessário que se pense em questões que permitam compreender como os sujeitos conhecem como se apropriam do conhecimento". 
    Realmente os professores necessitam de apoio, de compreensão e de respaldo técnico para atender as demandas. E para isto não acredito que fixar em uma teoria irá beneficiar a criança que apresenta dificuldade. Tem-se que responder à necessidade da criança para que ela se aproprie do conhecimento de forma mais efetiva. 
   E como saber a diferença de uma dificuldade e de um distúrbio para responder satisfatoriamente à necessidade da criança?
    Capellini (2004) traz a seguinte caracterização na diferença entre distúrbio e dificuldade de aprendizagem: o distúrbio se refere a conteúdos pedagógicos, métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola em um contexto mais global da atividade escolar. Já o distúrbio é identificado por componentes neurológicos que resulta em um insucesso na escrita, leitura e em cálculos matemáticos.
    Ciasca (2004) aponta que a dificuldade (considerada distúrbio) é de ordem e origem pedagógica  de caráter funcional, uma disfunção do Sistema Nervoso Central (SNC), relacionada a uma "falha" no processo de aquisição ou no desenvolvimento. Está relacionado a uma incapacidade.
   Portanto, se a criança apresenta um distúrbio, esse deve ser tratado de forma diferenciada e que venha de encontro àquela necessidade, que é a de auxiliar na incapacidade. É muito diferente de "preguiça", desleixo ou uma dificuldade pedagógica e por ser diferente, precisa também ser tratada de forma diferenciada! 
   Essa é a diferença quando se trata de um método de alfabetização para crianças que respondem de forma satisfatória e para àquelas que necessitam de um método de reestruturação para uma reabilitação. 
   Estudos sobre a função cerebral mostram a dificuldade como um déficit nos circuitos neurais durante o processamento fonológico (Lois, 2008). 
   Fawcett et al. 2001 caracteriza o distúrbio da leitura e escrita como sendo uma dificuldade na decodificação de palavras soltas, refletindo uma inadequação do processamento fonológico. 
  Estudiosos como Johnson e Myklebust (1967), Mason e Blevkburn (1970), Boder (1971), Benton e Pearl (1977) classificam esse distúrbio como uma dificuldade audiofonológica com alteração na articulação. Galaburda e Cestmick (2003) trazem uma contribuição mais atual caracterizando os problemas ao se ler pseudopalavras (palavras sem significado no idioma mas, pronunciáveis) apresentam problemas em ler palavras irregulares onde a pronúncia é diferente de como é escrita, denominando de dislexia fonológica.
  O método Panlexia traz exercícios com pseudopalavras, com palavras irregulares e de forma estruturada, trabalhando a consciência fonológica a fim de realizar as conexões necessárias e estimular de forma adequada visando amenizar e até superar aquela necessidade. 
     Penso que essas reflexões ajudam no entendimento da Panlexia Plus na abordagem psicopedagógica! 
      Tendo interesse em conhecer e aplicar o programa, só chamar os conhecidos interessados também e iremos em sua cidade realizar a formação. Contatos pelo email: alucchin@gmail.com


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