No curso de formação de multiplicadores da metodologia da Pamela Kvilekval, diante do que já havia sido exposto (ver postagens anteriores) uma participante levantou a seguinte questão: - Na verdade para trabalhar na alfabetização com o
disléxico seria estimular mais a conexão auditiva e viso-motora. É isso?
Pamela
respondeu que o problema "real" dos disléxicos é que eles nunca fazem a
conexão tríplice: quando realiza-se uma leitura, você vê a letra; escuta o som da letra e você sente como você está falando a
letra.
Pamela disse que existe
várias maneiras de auxiliar a criança a fazer a distinção. Aprendendo uma
dessas maneiras, automaticamente a criança já vai saber a outra. Ela exemplificou dizendo que quando eu sei que essa é a minha mão Direita por ser mais
forte, por realizar várias coisas com a mão direita com facilidade e agilidade, então a outra mão deve ser a esquerda. Ao fortalecer a aprendizagem de uma letra, eu me aproprio dela e saberei que as outras letras não são aquela. Não é "b" porque não sinto o som como em "b", então, é "d'.
Ocorre uma dificuldade muito grande em aprender (e aplicar) as palavras que levam dígrafos porque duas letras formam um som. O que na realidade elas irão fazer é um novo som. Seguindo a metodologia da Pamela, devido a essa dificuldade, os dígrafos são vistos mais à frente e ela orienta que se aparecer ss ou ç
não há problema porque estaremos treinando inicialmente só o som. No primeiro nível temos que
trabalhar palavras que fazem somente um som e as crianças irão automatizando, elas se adaptam a esse sistema.
Ocorreu uma dúvida apontada por uma participante que é disléxica. Ela queixou-se da dificuldade em entender o "ç/ss" e que era uma dúvida eterna dela, por ser muito
difícil fazer a distinção e houve muita
discussão à respeito. Pamela esclareceu que quando aparecer a palavra eta irá para a memória visual, (aquela
parte do cérebro em que o disléxico usa sem usar decodificação e ele não consegue
ler), então, ao estimular a criança de maneira correta facilitará o processo. Usando esse
método com muita prática, irá acionar primeiro a parte posterior do cérebro para depois disso, enviar para a
memória visual. E ela afirmou que esses exercícios que são realizados em seu método, favorecem a mielinização, e que é cientificamente
comprovado. Antes de ser aplicado o método da Pamela, ela contou que as crianças que utilizaram o método em inglês, eram submetidas primeiramente a uma ressonância magnética
funcional e após serem expostos por algumas semanas com esse tratamento, elas já conseguiam identificar as decodificações, e verificaram quais as áreas que foram sendo ativadas. Portanto, finalizou a questão dizendo que na realidade quando chega-se no "ç" terão que associar o significado, e que irão memorizar e não irão errar mais
Pamela também nos mostrou a importância da Soletração. Em inglês
existe aulas de soletração diariamente durante todo o ensino fundamental e nas Sextas-feiras ocorre um teste com intuito de checar o progresso deste aprendizado. Muitas vezes as professoras vêem a ela para ensinar a
realizar a soletração. São mestres, graduados e depois de um treino elas dizem que elas
próprias melhoraram e são professores que aprenderam também a soletrar.
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